13 de dezembro de 2010


Capítulo XIV
Chegamos, e a entrada já estava bem movimentada. Todos olhavam apreensivos à limousine nada discreta que parava ali em frente. Todos desceram e me senti como em um filme antigo elegante. Coloquei os pés para fora do carro, e todos começaram a aplaudir a adorável chapeuzinho vermelho. Sorri para todos, e os convidei para entrar. Aliás, nem sabia o porquê estavam ali fora, pois lá dentro, a festa já começara. Cumprimentei todos e fui dançar com meus amigos. Tudo estava indo bem, mas alguma coisa tinha que dar errado. Um certo tumulto na porta me fez perder cinco minutos de minha festa.
- Seguranças, já disse! Se não estão na lista, não entram!
- Kat! Espere! Eu preciso entrar.
- Kayla? Não sabia que você teria coragem de aparecer aqui e querer entrar, depois de tudo o que você me fez.
Meu pai se aproximou e me conduziu à grande escada do salão.
- Vamos lá pessoal, agora não é hora.
Todos já esperavam por meu discurso, e na verdade, até eu mesma esperava fazer um discurso. Mas não era por esse motivo que estava ali.
- Agradeço a presença de todos na festa de minha filha Kat e por fazerem dessa noite, uma noite especial. Apesar de eu sempre vê-la como uma princesinha, tenho de admitir que há muito, se tornou uma mulher. Madura, responsável, intelectual e decidida. E é por isso que nosso presente para ela não é apenas um presente, mas sim um passo em direção à sua própria independência. Eu e minha mulher planejamos um bom presente com sua melhor amiga, e peço pra que ela venha até aqui e o entregue.
Kayla com uma expressão séria subiu os degraus com uma caixinha em mãos. Eu a olhei sem entender nada, e ela me entregou o presente. Bem, adoro a palavra independência, mas não achava que uma caixinha tão pequena pudesse causar determinado efeito.
- Eu não estou acreditando. Não pode ser! Meu Deus, pai! Mãe! Não é o que estou pensando, certo?
Em meio aos aplausos, minha mãe pegou o microfone.
- Andávamos em busca de um bom presente há meses, mas nada nos agradava. Foi aí que Kayla foi
visitá-la um dia em que estava fora, e por também fazer aniversário próximo ao seu, nos deu uma ótima idéia.
Eu sorri e a abracei forte. Mas ela continuou a falar.
- Então entramos em contato com os pais dela, e decidimos comprar um apartamento para essas duas incríveis melhores amigas, para que elas possam conquistar a independência, na companhia de uma linda amizade.
Meu sorriso sumiu no mesmo segundo. Olhei para Kayla e ela continuava séria. Porém, não ia causar nenhum conflito em minha própria festa. Fui até ela a abracei.
- Depois decidimos como vai ser. Meu pai comprará sua parte.
- É aí que vamos ver.
Não me abalei e deixei que a festa continuasse. Estava pelo menos mil vezes mais feliz, pois ganhei meu próprio apartamento e eu sei que Kayla acabaria cedendo, afinal, sempre consigo o que quero.
Decidi vestir minha segunda fantasia. De princesa. Mas agora, uma princesa independente, acredito.
Quando voltei ao salão, alguém colocou sua mão em minha cintura e disse baixinho.
- Me concede essa dança?
Pensava que era Zac. Me virei e me deparei com um grande buquê de rosas vermelhas.
- Obrigada cavalheiro. Depois de lindas rosas, impossível recusar.
Peguei o buquê e pude ver seu rosto.
- Joe.
Estendi minha mão e estava prestes a tocar seu rosto, mas recuei. Estava com medo que tudo isso fosse um sonho, pois essa noite estava perfeita demais para ser verdade. Meu olhos se encheram de lágrimas e ele me abraçou. Não queria que este momento acabasse nunca.
Depois de muita dança e muitas fotos, estava na hora de vestir minha última fantasia e cantar os parabéns.
Vestida de Dorothy, cortei o bolo de creme de avelã e trufa coberto com chocolate belga e amêndoas. Peguei o primeiro pedaço para Joe, que pegou uma garrafa de champagne e me levou ao jardim. Sentamos na grama, e, abraçados comemos o bolo, bebemos champagne e conversamos. Sorri e me deitei para olhar as estrelas.
Ele se deitou ao meu lado e ficamos nos olhando por alguns segundos. Ele era lindo. Seus cabelos dourados estavam ainda mais brilhantes, seus olhos azuis ainda mais profundos e seus lábios ainda mais irresistíveis. Acho que ele estava pensando a mesma coisa, pois se aproximou e tocou os meus, delicadamente.




Um comentário:

agora você pode comentar *-* o que achou?