14 de outubro de 2010

Capítulo VII

Me virei devagar e sorri. Ela não era inteligente o bastante para notar minha ironia? Talvez não fosse mesmo, mas eu já estava acostumada com o lento raciocínio.
- Foi uma decisão meio repentina, mas, estou aqui.
- E bem bronzeada também! Você está um arraso! Ah, e adorei o vestido!
- Obrigada querida, o esforço para achá-lo valeu a pena, então.
- Estou tão feliz de ver você!
O silêncio reinou por alguns instantes. Ela estava esperando que eu dissesse o mesmo? Não estou feliz de ter que suportá-la no mesmo ambiente outra vez. Não mesmo.
Então ela deu um passo para frente e abriu seus braços. E eu, no mesmo instante dei um passo para trás.
- Desculpe-nos Kayla, estamos meio ocupados agora. Podemos conversar outra hora?
Sorri para Zac e o beijei. Ele entendeu a jogada e entrou na brincadeira. Ela ficou parada ali por praticamente quatro segundos, imagino que pasma, e depois saiu. Nos beijamos mais, rimos, nos beijamos rindo. Foi divertido, mas Zac me amava de verdade. Por que seria tão cruel?
Parei e me afastei um pouco. Ele me olhou questionável, e esperançoso buscou meus lábios outra vez.
- Desculpe Zac, obrigada por me ajudar, mas certas coisas devem ser evitadas, antes que alguém aqui se machuque.
- Não quero piedade, não quero pedido de desculpas. Me use, não me importo Kat.
- Desculpe, eu não quero partir corações e nem quero que minha consciência pese sobre mim todas as noites. Você sabe de quanta maquiagem se precisa para cobrir olheiras?
Rimos e nos abraçamos. Ele era um ótimo amigo. Seria um bom namorado, se eu o amasse. Enquanto isso meu coração estúpido continuava gostando de sofrer. Coração estúpido. Fomos nos juntar a alguns amigos para conversar, beber um pouco e rir de tudo. Infelizmente não ri de muita coisa porque minha mente estava longe.
Senti um pouco de falta de ar e me levantei para ir ao jardim. Tive a impressão de que alguém me seguia, mas devia ser Zac. Olhei para o céu pensativa. Incrível como é tão lindo, e ninguém sente inveja dele. É só essas pessoas olharem para cima para as estrelas queimarem.
- Você está, incrivelmente, maravilhosamente e irresistívelmente linda.
Sorri por dentro, um sorriso vingativo e delicioso.
- Não fiz muito esforço.
Me virei para encará-lo e ele tentou segurar minhas mãos, mas eu as puxei de volta um segundo depois.
- Kat, eu estou arrependido.
- Você se arrepende de muita coisa, Phillip.
- Não, é verdade dessa vez, eu juro. Sabe que eu não entendia quando diziam que não sabemos o que temos até perder? Eu confesso que pouco me importava, até ver você hoje, tão linda, beijando o Zac. Senti tanto ciúmes que desejei ser ele mais do que tudo.
- Querido, se você fosse Zac, você prestaria.
Ele pensou em algo para falar, mas antes que pudesse se justificar, sorri para ele e voltei para a festa. O resto da noite passou rápido e foi muito divertido. Agora estava feliz de estar de volta, afinal, o que é melhor do que ouvir de um garoto que a fez sofrer, que está arrependido? E poder humilhá-lo sem sentir pena? Fui dormir muito bem naquela noite.

Um comentário:

  1. MUITO BOM!
    Realmente, não há nada melhor que humilhar quem te machucou, e não sentir nada além de felicidade!
    Adorei.
    Estou esperando por mais, ein =)

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