5 de novembro de 2010

Capítulo IX

Depois do intervalo voltamos para a sala e tivemos mais algumas aulas entediantes. Kayla não estava lá, mas ela não merecia que eu me importasse com ela.
Voltei para casa satisfeita, fui ao meu quarto e me joguei em minha enorme cama. O Brownie logo apareceu por entre os lençóis para me dar um oizinho.
- Brownie, danadinho. Ficou a manhã toda cochilando em minha cama, não é? Preciso confirmar seu horário no pet shop hoje.
Me levantei e fui até o interfone do lado da porta.
- Bertha? Minha mãe já chegou?
- Não ainda senhorita Kat, deseja alguma coisa?
- Hum, sim, na verdade. Pode ligar para o número anotado no bloquinho da cozinha, e confirmar o banho do Brownie? Ah, e me traga um sanduíche natural com suco de melancia, por favor.
- Claro senhorita, em alguns minutos.
Liguei a tevê e fiquei vagando pelos canais, sem interesse algum em assistir alguma coisa. O telefone tocou, mas esperei a Bertha atender lá em baixo. Segundos depois ela me comunicou pelo interfone que era pra mim.
- Oi, quem fala?
- Kat, por favor, me escute antes de pensar qualquer coisa. Kayla não teve culpa de nada, pois eu fui procurá-la. Se existe alguém que merece levar a culpa, esse alguém sou eu. Por favor, não faça nada com ela, ela está muito triste, me ligou aos prantos.
- Fiquei realmente comovida Phillip. É muito emocionante o modo com que você se preocupa com ela. Lindo vocês dividirem a culpa dessa maneira. Mas acredito que culpa você não tem, pois a partir do momento que você deixou de existir na minha vida, eu pouco me importava com o que você fazia ou deixava de fazer. Mas infelizmente, eu ainda tinha uma melhor amiga e não contava com a atitude dela. Kayla não traiu minha confiança, acabou totalmente com ela. Então, se já se foi toda a minha confiança, não vou deixar que se vá também, meu precioso tempo com essa ligação. Então, tenha uma boa tarde.
- Mas Kat, eu...
Então desliguei o telefone na cara dele. Quem ele pensa que é para vir defendê-la? Ele nunca me defendeu para ninguém. Nunca. As lágrimas voltaram, mas dessa vez estava no seguro do meu quarto. Peguei uma caixa detrás da cômoda, cheia de cartas de amor e ilusões que eu guardei com todo o carinho e sonhei acordada por meses e meses. Rasguei-as em pedacinhos e joguei tudo pela janela. Pontinhos brancos sendo levados pelo vento, se afastando cada vez mais. Me senti melhor.
Em seguida abri minha gaveta e procurei por uma coisa muito mais especial. Beijei a foto com muita saudade, e guardei Joe com todo o meu carinho na mesma caixa. O que ele estaria fazendo agora? Estaria tocando violão na praia para outra garota?

2 comentários:

  1. O que eu achei? PERIFETO!
    Aliás, como toda a história tem ficado...
    Eu sou bem como a Kat, do mal . HAHHAHA.
    Adorei, super me reconhecendo na história!
    Continue escrevendo, sempre estarei aqui lendo.
    Beijos, passe no meu :D

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